Festa Literária Internacional de Pernambuco 2010
A cidade fundada por Duarte Coelho, Olinda, será invadida por livros, escritores, poetas, aspirantes e amantes das letras em geral. É que neste fim de semana acontece a VI Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), com o tema “Literatura e presença judaica no mundo ibero-americano”.
Confesso conhecer pouco a literatura judaica, o tema da Fliporto me fez despertar para o hebraico e iídiche. Pedi ajuda ao nosso colaborador internacional em Israel, Nelson Burd, que também confirmou as informações sobre os escritores contemporâneos judaicos, com seus panos de fundo político e bélico, porém, sem panfletarismo. Podemos citar Amós Oz, Abraham B. Yehoshua e David Grossman.
A programação do evento é extensa e conta com palestras, oficinas, mesas de debates, exibição de filmes, feira de livros. A escritora ucraniana mais recifense do mundo, Clarice Lispector, será aclamada nesta edição da Festa Literária. Biógrafos como Nádia Gotlib e o norte-americano Bejamin Mosser estarão presentes. Mosser publicou “Clarice” nos Estados Unidos, é um jovem sensível, colunista da Harper’s Magazine e colaborador do The New York Review of Books.
A abertura, na sexta (12), às 18h, será com Eva Schlosss, autora de “A Promessa: A comovente história de uma família no Holocausto”, irmã de Anne Frank do diário. O imprescindível Alberto Dines falará sobre diálogos de visionários. O canadense Alberto Manguel, autor de “À mesa com o chapeleiro maluco”, estará presente, assim comoCamille Paglia, autora de “Personas sexuais”. Mark Dery em mesa com o tema: “Xô, maus pensamentos!: a escrita como forma de insurgência”, na segunda (15), às 10h. François Jullien e Katharin Rosenfield falarão sobre a dissolução dos preconceitos raciais e culturais a partir do diálogo universal entre as culturas. O argentino Ricardo Piglia também estará presente. Entre os pernambucanos, o querido Raimundo Carrero, Xico Sá, Alceu Valença, o global Geneton Moraes Neto e Germano Haiut, um ativista cultural da comunidade judaica recifense.
O pecado vem na forma de cobrar o passaporte, 40 reais para os estudantes e 80 reais o ingresso inteiro, vendido em pacote com acesso à programação completa. Seria mais estimulante e viável taxar separadamente, afinal, ninguém consegue acompanhar tudo, nem os mais fissurados por literatura. Que a Fliporto seja realmente “plural e inclusiva”. Apesar deste pequeno detalhe, pequeno para uns poucos, detalhe, a Fliporto vem para mexer, para borbulhar o fazer literário pernambucano, incitar os leitores iniciantes, aproximar os escritores do público.
Programação completa: http://www.fliporto.net