Pedalar é preciso - 73 Minutes in Amsterdam (Foto: Community Design)
73 Minutes in Amsterdam (Foto: Community Design)

Pedalar é preciso

Matéria • 13 de agosto de 2010 • Júlia Schiaffarino

Ela lembra bem a sensação que teve quando, aos 13 anos, conseguiu se equilibrar pela primeira em uma bicicleta. Vitória. Finalmente tinha dominado aquele objeto que por tanto tempo lhe inspirou um certo medo – o medo bobo de cair, comum a todos nós, meros humanos. Agora ela não cai mais. Ou melhor, até cai, mas levanta e segue afinal aprendeu o segredo do movimento que faz girar as rodas e junto com elas um mundo descoberto a cada pedalada.

Desde então, as visitas ao bicicletário para sacar a nova amiga a um passeio pelas quadras vizinhas se tornaram freqüentes. No livro de registros do edifício, lá está a assinatura dela: Mariah Gama. Chegada, saída, chegada, saída de novo. Várias vezes. Mais do que um hábito, um prazer. E por quê? “Pedalar me dá uma sensação de liberdade ótima”, se justifica. Só isso? Nada mais? Sim, só isso: liberdade.

Talvez nessa liberdade esteja o segredo para uma vida melhor, principalmente nas grandes cidades.

Trânsito, poluição, barulho, sedentarismo, stress e como fuga estratégica a todos eles, a boa e velha bike. Adotar uma bicicleta é fazer uma boa ação para si e para o mundo.

Pedalar é  criar rotas, aprender a observar a paisagem e, portanto, descobrir e redescobrir o próprio local onde se vive.  Pedalar é se exercitar, fortalece os músculos da perna e do coração; é respirar e contribuir para que outros respirem melhor, afinal, bicicletas não emitem CO2. Aliás, vale dizer também que bicicletas não consomem combustível, ou seja, pedalar é ainda, economizar.

Imagine três vezes por semana trocar o carro pelos pedais da bike em um trajeto de apenas 7 km, por exemplo. Em um mês você terá percorrido 84 km da cidade na sua bicicleta, queimado 4.936 calorias, reduzido 23.08 kg de poluentes na atmosfera e, dependendo do automóvel, economizado cerca de R$ 30. Parece pouco? Então multiplique isso por 12, a quantidade de meses do ano. Se bem que o desafio depois do primeiro mês vai ser não aumentar esses números, afinal, pedalar é um vício. Quem vai de bicicleta, sempre quer ir mais longe.



Imagem do topo da matéria foi retirado do site: Community Design