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HPV

Coluna • 6 de maio de 2010 • Jana Lauxen

Sabe o que é?

Pois deveria, camarada.

O HPV é um vírus capaz de provocar, inicialmente, microscópicas lesões de pele ou mucosa.

Na maior parte dos casos, tais lesões têm crescimento limitado e geralmente regridem espontaneamente.

No entanto, às vezes, o vírus se transforma em câncer no colo do útero e causa um tremendo estrago.

E nem adianta ir assobiando e saindo de fininho, mocinha.

Falo justamente para você.

Veja só: segundo dados do** Instituto Nacional de Câncer**, entre 50% e 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV, em algum momento de suas vidas.

Um número pra lá de significativo, concordemos.

Por motivo que desconheço, o HPV não é muito popular.

Quase ninguém fala, quase ninguém sabe, quase ninguém viu.

Eu mesma, que tenho curso superior completo, acesso à informação e muitos outros atributos que me candidatam a ser considerada alguém intelectualmente ativa, só tinha ouvido falar superficialmente do dito.

Sabia que existia uma doença com este nome, e aqui terminava meu número de informações sobre o assunto.

Até que num belo dia do ano de 2006, chocada, descobri que eu tinha HPV.

Engraçado como nunca pensamos que qualquer coisa vá um dia acontecer com a gente.

Mas acontece.

Não é  só com Os Outros, acredite.

E não: grupos de risco não existem mais, e tem tempo.

Isso significa, cara leitora, prezado leitor, que você, sua irmã, seu sobrinho e até sua tia-avó podem estar com o vírus ali, bem quietinho e há muito tempo, e sequer imaginar que isso é possível.

É que o HPV é um vírus cretino.

Pois, se você enxergá-lo, é porque a coisa já complicou.

Ele não causa NADA, absolutamente.

Nem dor, nem coceira, nem corrimento, nem sintoma nenhum.

Apenas fica ali, na dele, como quem não quer nada.

Até que um dia, e se por azar seus anticorpos não o expulsarem dali, vira câncer.

Considero importante assinalar que 99% (sim, noventa e nove por cento) dos casos de câncer do colo de útero estão diretamente relacionados ao HPV.

E todo ano, mais de sete mil mulheres morrem no Brasil em decorrência deste tipo específico de câncer.

Por isso, amiga, vá o quanto antes fazer um exame chamado Papanicolau.

É ele quem vai lhe mostrar se você também faz parte destas estatísticas.

O tratamento é simples, e nem dói.

E caso se confirme, além de se tratar não esqueça de pedir ao seu parceiro que procure um urologista e busque fazer os exames necessários também.

Apesar de não existirem estudos conclusivos, no homem o HPV pode causar câncer de pênis – além do que, por mais que o vírus seja consideravelmente mais cruel para elas do que para eles, os homens, se infectados e não tratados, continuarão a passar o vírus indiscriminadamente, mundo afora.

Por isso é  tão importante que tanto homem quanto mulher busquem descobrir se não estão hospedando um vírus que, apesar da pouca popularidade, é um verdadeiro e silencioso vilão.

Para saber mais informações, acesse a página de perguntas e respostas sobre o vírus do site do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e procure um médico.

Agora.