meu último texto – faz tempo, eu sei –, falei sobre a necessidade do homem ter alma feminina para colocar um mínimo de ordem no lar. O assunto não se restringiu à coluna e foi parar em mesas de bar e conversas informais com os amigos. Para minha surpresa, uma excelente constatação: recebi muito mais apoios do que apartes contrários.

"> meu último texto – faz tempo, eu sei –, falei sobre a necessidade do homem ter alma feminina para colocar um mínimo de ordem no lar. O assunto não se restringiu à coluna e foi parar em mesas de bar e conversas informais com os amigos. Para minha surpresa, uma excelente constatação: recebi muito mais apoios do que apartes contrários.

" /> meu último texto – faz tempo, eu sei –, falei sobre a necessidade do homem ter alma feminina para colocar um mínimo de ordem no lar. O assunto não se restringiu à coluna e foi parar em mesas de bar e conversas informais com os amigos. Para minha surpresa, uma excelente constatação: recebi muito mais apoios do que apartes contrários.

">
Organização sim, mas sem frescuras -

Organização sim, mas sem frescuras

Coluna • 5 de abril de 2010 • Franco Benites

No meu último texto – faz tempo, eu sei –, falei sobre a necessidade do homem ter alma feminina para colocar um mínimo de ordem no lar. O assunto não se restringiu à coluna e foi parar em mesas de bar e conversas informais com os amigos. Para minha surpresa, uma excelente constatação: recebi muito mais apoios do que apartes contrários.

Sinceramente, achei que escutaria muitas piadinhas sobre ter ou querer ter alma feminina. Que nada! Um amigo, em particular, afirmou que foi graças a essa característica que o seu casamento deu certo por mais tempo. Hoje ele é divorciado, mas enquanto esteve junto com a esposa, o seu senso de organização foi um aliado do relacionamento. O casório foi para o espaço, mas por outras questões.

Escutei alguns exemplos extremados de organização e alma feminina. Um outro amigo, que também foi casado, contou que uma de suas principais diversões era cozinhar para a esposa. O problema é que quando resolvia preparar um jantar a lista de produtos saía muito mais cara do que uma ida a um bom restaurante da cidade. Segundo ele, cada refeição doméstica ficava entre R$ 100 e R$ 150 por conta dos gêneros alimentícios. A vantagem é que economizava o motel.

Cozinha – Gosto de cozinhar. A verdade é que já gostei mais. Hoje, não tenho tanta paciência. Tempo, então, nem se fala. É uma de minhas metas para 2010 (ok, para o segundo semestre) investir mais em refeições românticas. Contudo, quero afastar de mim qualquer excesso de organização e frescura. Sabem aquelas propagandas de margarina em que o homem veste uma indumentária de chef de cozinha enquanto prepara o jantar da namorada? Me incluam fora disso.

Essa imagem é irreal. Quer dizer, ela até existe aqui e ali, mas só funciona mesmo na telinha da TV. Acho bacana investir na compra de livros gastronômicos, aprender (e preparar) novas receitas, criar um clima bacana, abrir aquele vinho… mas o cara que se preocupa em excesso com isso não curte a noite. Ele fica ali, monitorando cada reação da companheira, implorando por qualquer hmmmm! de aprovação. É capaz de entregar um formulário à pretendente, namorada ou esposa para que ela dê uma nota em forma de estrelas à refeição.

Se a companheira der de três estrelas para baixo, o relacionamento periga. Se nem bem começou, aí não tem futuro mesmo. O chef terá a capacidade de perguntar de cinco em cinco minutos que tal o caviar iraniano ou o frango holandês ao molho de tangerina. Antes mesmo de você responder, ele dirá – “Passei do ponto no sal, eu sei, sei. Prometo melhorar da próxima vez”. E assim a noite seguirá até você desejar um homem que lhe convide para tomar uma cerveja e comer patê com torradas.

Então, fica combinado o seguinte. Vamos abrir espaço para a organização e requinte femininos, mas sem exagerar na dose. Eu saí da casa da mamãe para viver a vida com simplicidade. No fim das contas, não é nela que reside a felicidade?