Folheie o mundo e marque sua vida - Fred Astaire (Arte de Milo Manara)
Fred Astaire (Arte de Milo Manara)

Folheie o mundo e marque sua vida

Coluna • 2 de julho de 2012 • Dani Leão

A vida é um livro aberto dentro de um cofre de banco, onde são escritas páginas que relatam chaves de guardar segredo. É preciso ser alfabetizado para entender as lições de cada capítulo, assim como entender os investimentos. Não necessariamente ser um doutor das letras, mas um mestre da experiência. Isso requer mais do que diploma ou cálculos. É preciso dar as mãos e não cruzar os braços. O mapa da mina é de quem sente e faz sentir. No pobre mundo rico, riqueza é ser feliz. Segundo Marisa Monte, “é só mistério não tem segredo”.

Evite parar no tempo! A válvula de escape para fugir do unhappy end é preencher o branco das laudas com livre docência na Faculdade Federal da Sabedoria. O medo é uma das causas que reprova a felicidade. A busca pelo “eu” se perde no ego e encontra no eco do vazio somente bem material. É quando confundem o ato de doar com apenas receber. Triste a história desses personagens, prisioneiros egoístas de calculadoras, fadados à falência. Esses poderiam ter suas vidas historiadas a lápis como rascunhos para depois passar a borracha limpo. Viver é atemporal, mas não existem sete vidas como nas lendas do reino animal.

As lembranças fazem parte de alguns títulos que nomeiam o famoso feedback, enumerados por sentimentos que injetam ânimo. É preciso dar continuidade. Equilibrar doses homeopáticas com doses cavalares é, piamente, a nota máxima de equilíbrio. Todos deveriam sacar que para a fila andar é preciso depositar na caixa de seguros, valores que não tem preço. A adaga da vida requer coragem, peito aberto e mente livre. Esses são os bastidores tangíveis debitados no** saldo da existência**. A ferida amanhã é uma cicatriz do futuro dentro do bolso de uma roupa velha que será dada de presente. Viva até as intempéries!

Uma biografia deveria ser escrita em letras garrafais com marcador de texto nos tons fluorescente, em braile como língua universal para que todos pudessem ler, em tinta como arte para colorir o mundo, em foto como registro resumido de um olhar, em megafones para invadir a solidão das ruas, em bilhetes dependurados nos ramalhetes para florir os dias. Em sorriso de gentileza que perdoa o tempo, em amor que dura eternidade, em cobertores que acolhem os pés descalços das calçadas, em guarda-chuvas fechados para molhar a pele, em guarda-sol aberto para olhar o horizonte, em mãos que se estendem por afeto e não por dinheiro. Saiba fazer o “Happy End” de sua narrativa.