Touro -

Touro

Coluna • 19 de maio de 2010 • Carlos Costa

A serenidade que visita os amigos nas terras da segurança e do bem-estar. Campos plácidos de girassóis que lembram ao horizonte o trabalho das mãos do homem. A firmeza que mantém a rocha inalterada sobre o precipício das incertezas, e lá embaixo, fazendo com que o curso do rio da alma siga na direção do oceano divino. A sensualidade das formas transmitidas ao mundo, como herança e dever. O desfrute dos mais variados contornos pelo fogo do tato, vertigem de anjos e residência de homens. O paladar elevadíssimo, cindindo o infinito em sabores. A beleza bruta do diamante em seu brilho opalescente de materialidade e dureza, estandarte alquímica da natureza, que ao invadir os sentidos nativos, insta-nos a trabalhar as impurezas em nosso ser de pedra e carvão. O passo seguinte e obstinado de crescimento, a relva que amadurece sob o olhar contemplativo e as mãos disciplinadas dos trabalhadores da vida. Alicerce que firmam os sonhos, quando tendo encontrado o mármore dos legítimos desejos, o esculpimos com sopro do espírito.