A arte de agradecer -

A arte de agradecer

Coluna • 2 de julho de 2012 • Camila Ribas

Não é apenas questão de educação. É principalmente questão de reconhecimento. Algumas pessoas – por ignorância – simplesmente não sabem dizer obrigada. Talvez por terem sido criadas à rédea curta, talvez porque os pais não eram gratos, talvez por não terem sensibilidade. Saia para um restaurante, um bar, um local com todo tipo de gente e observe. Observe quando o garçom servir um refresco, uma carne, uma água. Tire um dia para observar. Ver a atitude dos demais para com os demais. Veja quem agradece, quem não agradece. Mas veja, principalmente, aquele que é sempre ignorado. Veja o frentista, o motorista, o cobrador, o atendente, o caixa. Veja o seu colega de trabalho, a copeira, a moça que liga oferecendo cartão. Olhe nos olhos deles e diga: – Obrigada! Faça isso. Depois nos conte.

O ato de agradecer vai muito além de agradar a outra pessoa ou de agradar a si mesmo. Aqui, não cabe o discurso da culpa cristã. Não é porque somos todos iguais. É porque existe respeito pela existência do outro. É um: – Oi, tô te vendo, viu? Ou melhor: Oi, estou vendo o que você tá fazendo por mim, muito obrigada! Mas, estereótipos à parte. Vamos para o igual para igual. Que tipo de gratidão você carrega no peito em relação às pessoas mais próximas de você? Gratidão por uma amizade, por um abraço, por um favorzinho besta. – Que legal que ele é, veio aqui me visitar! – Me mandou um texto lindo, bacana! – Que bom que você está comigo todos os finais de semana! OBRIGADA! Mesmo que seja apenas um sincero sorriso acompanhado daquele brilho nos olhos.

A gratidão às pessoas é um ato de reconhecimento do outro, da importância dos outros, da atitude dos outros. É uma emoção de quem agradece para o outro. E o outro também se emociona. É um pouco como uma dívida, mas muito além. Muita gente já alcançou o significado da gratidão na arena das pessoas e dos relacionamentos. Mas e ao universo, a Deus? Àquilo que nos rege? Será que tudo nessa vida é mérito exclusivamente nosso? Pare para pensar em quantas vezes nos livramos de poucas e boas.

(pense mesmo!)

Pensou?
Foi sorte, destino ou Deus?

Seja a explicação que você tenha escolhido qual for, o universo corre conforme a própria vontade. E somos parte disso. Você já deve ter passado por essa situação: algo muito ruim acontece e faz você sofrer. Anos depois, já quando consegue rir de tudo, você pensa que foi melhor assim. – Obrigada por ter me livrado daquele mau amigo. – Que bom que eu saí daquela vida. – Ainda bem que perdi meu emprego, depois disso, tudo mudou pra melhor. Perder, muitas vezes, é uma grande oportunidade. Simplesmente agradeça. O universo sabe o que faz. Simplesmente sorria, e o que tiver que ser será.