Uma estrela nata de uma beleza monumental. Artista espontânea, desinibida, segura nos seus movimentos de braço, corpo e piscado de olhos. Maria do Carmo Miranda da Cunha é brasileira de coração, chegou aqui, de Portugal, aos 10 meses de idade e ganhou o mundo vestida de Brasil.

Cantora, dançarina, atriz – seu forte era comédia -, Carmen foi um estouro. Primeiro conquistou a America Latina, depois Japão (sendo a primeira brasileira a ter um disco lançado lá), EUA e Londres. A menina de família simples, que queria ser freira, se tornou o ícone do carnaval brasileiro no mundo. “Eu sempre senti nas veias a tendência artística”, afirmou nossa “Pequena Notável”, como ficou imortalizada. Deslizava um samba sublime em uma plataforma alta com toda a ginga carioca.

Os pais da cantora tinham uma pensão no Rio de Janeiro, e vários compositores almoçavam por lá, como Josué Barros, que a introduziu no mundo artístico. Carmen logo deslanchou, a gravadora RCA Victor a contratou, lançando seus discos. A estréia no cinema foi em 1932 com o filme “O carnaval Cantado no Rio”, depois fez “Cassino da Urca”, “Banana da Terra”, e outros muitos estrangeiros, como “Uma noite no Rio” e “Se eu fosse feliz”, nos EUA. Porém, antes de atingir o sucesso foi balconista e vendedora, mesmo sonhando em figurar nos filmes nacionais.

A “pequena notável” tinha um brilho interior, além da beleza física aparente e o sorriso contagiante. E foi um verdadeiro “chuá”, como a própria descreveu a intensidade repentina do seu sucesso. Conquistou os americanos com a sua brasilidade, ganhou os palcos da Broadway, apresentou o carnaval brasileiro ao mundo, e morreu na flor da idade, aos 37 anos, em Beverly Hills, depois de um enfarte fulminante. “Acho que nascemos com a alma predestinada a ajudar o nosso corpo na luta pela vida. Sinto isso em relação à minha carreira”, afirmou Carmen.

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Confira abaixo algumas fotos da cantora (Foto: Agnaldo Silva/ Divulgação – Restauração: Bruno Joel):