Ensaio fotopoético de Silvia Schmidt
Silvia Schmidt é uma andarilha corajosa, regida pelo sol e pela lua em Leão. Pai de origem judaica, mãe Alemã, um filho, cinco irmãos, muitos amores e amigos. Natural de São Paulo, viveu em Santa Catarina, aportou no Recife há alguns meses e agora vive nas ladeiras de Olinda. Formada em letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena (SP), deu aula de literatura e redação por dezesseis anos. Tem pós-graduação em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e em Sociologia e Política pela USP. Atua, há 10 anos, no mercado da economia criativa, desenvolvendo projetos na área da Educação, Literatura e Multimeios. É curadora do Festival de Animação de Fernando de Noronha e do projeto Escola Vocacional Livre. Possui dois romances em revisão, Duty Free (2000) e Empadão Goiano (2011), um livro de contos. Neste ensaio a escritora apresenta alguns dos seus poemas resignificados pelas lentes da fotógrafa Mari Patriota, do Projeto Provador.
Sou volátil como uma brisa que passa, mas deixa um aroma doce no ar. O meu sonho é poder viver materialmente do SONHO, tema principal de minha arte. A poesia nasceu em mim… é uma percepção, um estado de ser e sentir… ela flui a revelia quase sempre quando vi… já escrevi!
Cobalto
Pintei as unhas de azul cobalto e sai por ai!
Sapato alto_astral… -“por sua causa, apenas por sua causa”: disse- me um pequeno pássaro…. imaginário, soprando-me doces piados no florido quintal de meus sentidos.
Olho
Meu olhöölhou
Seu só riso
Em vt preto e branco
Sim tonia
Sim patia
Tv em pele cristalina
Voce e eu for a do ar.
cavalo marinho
e mulher golfinho.
Seu jeito, meu jeito
Quando eu disser náo,
Você apela.. um sim…
Empurra-me à primeira parede
Junte-se a minha tez num destino sem fim..
Roube-me um beijo daqueles
Penetre-me pelo meio
Seus dedos , cabelos.. em mim..
Pegue-me de jeito, dentro
Abra os meus joelhos mais pra ti
Mordisque me os seios carmim
Puxe-me pro teu peito
Faça-me atrevida sentir
O seu mais perfeito masculino
Eu sem saída, uma deusa linda
Sem medo, sem resistência
Envolva-me em seu pênis
Mescle seu cheiro em meu jardim
Seu jeito ao meu jeito Yasmin
Não vá sem pensar antes um começo
Um caminho qualquer sem endereço..
Por mim e por você..tenha..sempre
Um querer muito mais que dizer THE END.
Poeta
Há um frio, um frio latente
Há um poeta vindo ao meu corpo
Como leite de mama:
Hilda Hilst à cabeceira da cama
Uma fome_poema requer-me a alma
E o corpo ao ser tocado, lembra a si
A repetição do mesmo tema.
Fogo nele faz bolhas de ar quente
Como peidos e arrotos
Agasalhos jogados ao léu
falta de aconchego
Visto-me de luto goela a dentro porque não há
Papel que eu despeje tanto de cárcere
E falta de ciência.
A Lua se vai alta em nuvens densas
Qualquer linguagem soa-me falsa nesse transe
Quando sequer o desejo pulsa em falsa corrente
é ágil a mão sobre a bancada-laje de cemitério
A pena se cala nesse santo sacrilégio.
Amante
Acordei com fome de tudo
De mãos em meio a minha vagina
Desejo de mordiscos em meus peitos eriços
Mamilos seus em arrepios
Acordei com fome de pênis
De lábios penetrando dentro
De línguas chupando línguas
Saliva- açúcar escorrendo tensão e alívio
Corpo em ardência neste sacro sono tardio
Não havia a pena , mas pura poesia
Nem os dedos , nem avidez de aprendizes
Não havia a flor-pétalas descendo meu corpo
Perfumando a pele em seus encantos
A preguiça o remanso, não havia
Acordei com sede de bacantes
Vinho sangue dança do ventre
Amada sem amante.
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