Carta social - Bokeh Love Hearts (Foto: Pixel Artistry/ Creative Commons)
Bokeh Love Hearts (Foto: Pixel Artistry/ Creative Commons)

Carta social

Coluna • 15 de novembro de 2012 • Belisa Parente

O silêncio da noite anunciou a manhã descobrindo os desejos. Encontrei-o como quem não quer nada. Você, meu eterno Visgueiro, arrastou o horizonte do meu novo dia. Caso o amor não seja uma razão do coração com um sistema orgânico involuntário, invento novas bombas, fórmulas, desvendo sonhos, viro esteta ou ao avesso, meu precioso bem.

Arrisca-se como um cavalo afoito, seja o meu casaco, a sombra da minha árvore no calor da tarde. Serei a flor pomposa e fina do teu mandacaru, o teu copo de leite, a tua dama da noite. Sim! Eu posso ser a sua Fanny. Por que eu ri e agora quero te sentir no vento, em um beijo com gosto de lágrimas sorridentes, no suor do teu tormento, nas nuvens brancas de um céu azul.

Abri uma janela para você entrar com a brisa gostosa da lua esdrúxula. Você é o Elvis da minha carteira de solteira, meu boi estrela. Dá-me um cacho do teu cabelo, serei tua ama com zelo. Galopa astuto nas minhas correntes, te darei espíritos evoluídos de presente. Além de serras para te fazer suplantar, te colocarei na beira de um abismo e você aprenderá a voar  comigo.